A atual realidade sobre a inserção do deficiente
intelectual no mercado de trabalho é mais comum no que se refere a atividades
mais simples e mecânicas, como repositores de estoque e embaladores de compras em mercados. Muitos
não tem uma progressão no cargo, ou um plano de carreira (e muitas vezes estão
ali apenas devido a Lei de Cotas) e grande parte, se bem orientados e com
apoio, poderiam exercer cargos mais complexos.
É comum ouvir relatos de que o deficiente intelectual
não é contratado por não ter requisitos básicos para trabalhar, como noção de
autocuidados, higiene, alfabetização, operações matemáticas, etc. Isto ocorre
devido a escolarização deste indivíduo, que vai tardiamente para a escola, ou
nem a frequenta (seja escola comum ou escola especial).
Instituições como a APAE tem parcerias com empresas,
que empregam o deficiente intelectual. A APAE de Araraquara, por exemplo,
possui parceria com duas empresas que construíram instalações dentro da
instituição para que os alunos de lá trabalhassem no mesmo ambiente e com
apoio.
A ideia de um emprego apoiado e/ou treinamento no
local de trabalho é bastante válida, tendo em vista que supre as dificuldades
do deficiente intelectual, que muitas vezes está na generalização (o
treinamento pode dar certo na sala de aula, mas a pessoa não consegue realizar
as tarefas no ambiente real de trabalho).
A
presença de um profissional que possa orientar o deficiente intelectual a exercer
uma nova tarefa no emprego não apenas no período de treinamento, mas após este
período, para servir como apoio para eventuais dificuldades é extremamente
importante para o bom desempenho do deficiente intelectual.
Referência:
ARAÚJO, E. A. C.;
ESCOBAL, G.; RIBEIRO, D. M. Planejamento e organização de serviços para a
formação de pessoas com deficiência mental para o trabalho. In: Inclusão
social: formação do deficiente mental para o trabalho. São Carlos: Editora
Rima, 2006, p.139-166.
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